Um poema...
Deveria surgir cá de minha boca, mas o vinho me cala. Um gole e um trago amais, o abraço terno de corpos que se despedem, pra em breve se encontrar novamente. Minha poesia chula, minhas mãos desnudas e sem posição pra se aconchegar.
Um som sonso na vitrola e minhas memórias, que me dizem que o que passa vale mais do que o que se vive. Minha fúria acalmada pelas suas frases, os poucos momentos à sós e as estrelas... quanto de beleza há!!
Queria isso todo dia, poder me apaixonar e voltar a realidade dura... poder ser feliz em meio às árvores de concreto que sobem vertiginosamente pela cidade vil. Essa cidade que faz brotar, e que faz morrer meus sonhos... a espera em uma estação qualquer.
Voltes logo, senão eu vou até aí!!
"Hay hombres que luchan un dia y son buenos.
Hay otros que luchan un año y son mejores.
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos.
Pero hay los que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles."
Bertold Brecht
terça-feira, 20 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
Pedra(o)*...
E a ferida aberta...
Translúcidas as costelas e a epiderme. A luz da lua que atravessa, o sol poente que não sai da minha mente. Voltei àquele lugar, onde o sol se punha, vermelho sangue, alaranjado e azul. Onde deveria haver uma árvore frondosa, quem sabe até com frutos... mas então era tronco, toco de árvore podada pela força destrutiva do ser humano. Vi nessa mesma hora o sol sumindo, os prédios da cidade voraz... o muro em grafite, belo pela arte, triste pela lembrança.
A ferida que não se fecha, na qual eu insisto em mecher, o medo de perder, aquilo que hoje já não faz muito sentido, mas que outrora eu daria a vida pra viver mais, e mais, e mais...
Voltei àquele domingo, àquele lago, àquela noite... meu violão, aquele pequeno tronco de árvore, sentado olhando a lua... com o único calor do verão, e não...
Voltei àquelas pedras, mas dessa vez apenas observei, e não me arrisquei a pegá-las... não havia porque. Já não fazia mais sentido, mas senti que algo ali me chamava, me sugava... talvez a alma, talvez a mente, talvez o coração.
Passo e vejo a velha janela, brilhando prateado de manhã. Verde no fundo e dói.... a ferida não cicatriza, nem nunca vai. O tempo, senhor de tudo, vai correr... mas a cicatriz, essa vai ficar. Só pra eu me lembrar de que valeu a pena um dia. Naquela mata, naquele rio, mas não no balcão... naqueles dias, naquelas noites.
E como uma pedra que quica na água, por melhor que seja o arremesso, afunda... eu estou no fundo agora, parado! Mas a correnteza há de me levar, e um dia estarei longe... pra quem sabe então ser encontrado por mãos tão doces, que não permitirão que eu quique mais, e que me levará numa bolsa qualquer para um lugar confortável e seguro... onde os males não possam me alcançar.
Pedra dura sou, mas água tanto bate...
*Publicação 1 de 3. Pedra(o), papel, tesoura.
Translúcidas as costelas e a epiderme. A luz da lua que atravessa, o sol poente que não sai da minha mente. Voltei àquele lugar, onde o sol se punha, vermelho sangue, alaranjado e azul. Onde deveria haver uma árvore frondosa, quem sabe até com frutos... mas então era tronco, toco de árvore podada pela força destrutiva do ser humano. Vi nessa mesma hora o sol sumindo, os prédios da cidade voraz... o muro em grafite, belo pela arte, triste pela lembrança.
A ferida que não se fecha, na qual eu insisto em mecher, o medo de perder, aquilo que hoje já não faz muito sentido, mas que outrora eu daria a vida pra viver mais, e mais, e mais...
Voltei àquele domingo, àquele lago, àquela noite... meu violão, aquele pequeno tronco de árvore, sentado olhando a lua... com o único calor do verão, e não...
Voltei àquelas pedras, mas dessa vez apenas observei, e não me arrisquei a pegá-las... não havia porque. Já não fazia mais sentido, mas senti que algo ali me chamava, me sugava... talvez a alma, talvez a mente, talvez o coração.
Passo e vejo a velha janela, brilhando prateado de manhã. Verde no fundo e dói.... a ferida não cicatriza, nem nunca vai. O tempo, senhor de tudo, vai correr... mas a cicatriz, essa vai ficar. Só pra eu me lembrar de que valeu a pena um dia. Naquela mata, naquele rio, mas não no balcão... naqueles dias, naquelas noites.
E como uma pedra que quica na água, por melhor que seja o arremesso, afunda... eu estou no fundo agora, parado! Mas a correnteza há de me levar, e um dia estarei longe... pra quem sabe então ser encontrado por mãos tão doces, que não permitirão que eu quique mais, e que me levará numa bolsa qualquer para um lugar confortável e seguro... onde os males não possam me alcançar.
Pedra dura sou, mas água tanto bate...
*Publicação 1 de 3. Pedra(o), papel, tesoura.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Em trova e treva...
Me concentro na trova
que um trovador travou,
cravou sem ponto e sem vírgula
no meu coração...
Os raios e relâmpagos dessa cidade
ferem e me deixam energizado
na treva me tremo
e há ciqüenta dias na trema
tramo um novo ponto...
O ponto de tiro!
O ponto de bala!
Me re-tiro e res-guardo
em meu reles sofá,
em meu rolé...
Meu cabelo en-rolado
minhas idéias en-rroscadas
e o nó nas en-tranhas.
Meus olhos ex-trábicos
e minha vida ex-tranha.
Meu medo de dormir...
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