"Hay hombres que luchan un dia y son buenos.
Hay otros que luchan un año y son mejores.
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos.
Pero hay los que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles."

Bertold Brecht

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quando o ódio invade o peito

Uma coisa me toma as faces
envergonha minha mente
estanca meu coração...

Apesar das aparências, estou bem, apenas entristecido com a merda desse mundo, essa merda que vivo todos os dias. Estou cansado dessa falsidade de ser professor... às vezes penso estar ajudando crianças e adolescente a se livrar daquela velha idéia de escola, aquela que diz que temos que passar de ano por passar, mas não está nas minhas mãos... sou apenas um professor particular.
Meu objetivo, segundo minha empresa, é fazer os alunos tirarerm notas boas, os alunos querem isso, os pais deles querem isso, a sociedade quer isso, mas eu NÃO!!! Não aguento essa idéia de que a aprovação faz dos alunos deuses... estou cansado dessa idéia de que não se precisa pensar, é apenas memorizar e momorizar, e memorizar... e absorver, absorver como uma esponja tudo o que é "transmitido" como numa estação de rádio.
Sem tempo para pensar me envolvo e entro de cabeça, com o objetivo de fazê-los entender, entender o que?? Merda, eles não entendem nada, eles não sabem nem porque estão ali, eles não sabem nem pra que serve estudar, apenas obedecem... são tão vítimas quanto eu, são tão pobres em espírito quanto eu... são tanta merda quanto eu!!
Alias, não são tão ruins quanto eu, porque eu sei o que deve ser feito, eles não, ainda não... eu tenho um poder, e sei que não o uso... mas não por minha culpa, é porque esse sistema me engole, é porque se não fizer o aluno render eu perco a cadeira. Me vejo bom, me entendo bom professor, mas dentro desses padões ridículos, esses padões impostos pelo imperialismo capitalista estabelecido hoje no nosso meio, em nossa mentes, em nossos rumos e em nossas raízes.
Nasci nesse mundo, mas não o queria assim. Sofro nesse mundo mas não queria que fosse assim. Me fodo nesse mundo como uma puta, diariamente (ela noturnamente) hora após hora, um de cada vez, engano e desvirtuo... não, não quero mais isso...
Mas ainda preciso da grana, maldito dinheiro que domina o mundo... por enquanto meu basta não será hoje, nem agora... mas será.... "amanhã será!?!"(TM)

(TM) O teatro mágico

Calado na calada noite...

Estou mudo, surdo e cego... meus olhos já não vêm.

A mente cansada de escrever, já sem inspiração ainda precisa render, o mundo pede, o mundo manda, o mundo exige.... minha voz calada, meus dedos fartos de falar, erro as teclas, troco tudo, e o "backspace" já começa a desbotar.
Meu sono rebatido com o café amargo não me deixa fechar os olhos. A luz da tela já me parece cinza, e a luz do quarto começa a escurecer... mais backspace, e backspace denovo....
O vento frio da madrugada entra pela janela que insiste em se manter aberta. Meu sorriso que antes brotava ao ler linhas reconfortantes nos chats ilimitados, agora já não aparece mais. Os dentes amarelados de café já não dão as caras... não refletem quando olho no espelho.
A amargura da obrigação e o medo de não terminar, mesmo sabendo que ainda me resta toda a madrugada pela frente, me lembro de que amanhã tenho de trabalhar... minha mente dói, meus dedos esfolam... mais backspace...

"Vento vem terminar [...] vou querer me matar"(MN)

É isso o que ouço na minha vitrolinha, "já não sonho, hoje faço"... um trabalho trabalhoso, que me tortura a psique!!

(MN) Milton Nascimento

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

(In?) dependência...

Preciso trabalhar, preciso estudar...

Um belo dia, às margens de um rio límpido e de águas calmas, um homem em seu cavalo branco, com pompas e glórias as suas costas gritou pela independência de seu povo. Hoje, pessoas vestidas em trapos, com suas caras pintadas (de lama e carvão) e suas bandeiras coloridas, gritam!! De dor...
Hoje, uma pseudo-independência assola nosso país. Gostaria de definir, o que significa independência? Não consegui construir isso até hoje... acredito que o conhecimento é construído, e que as informações se agregam a outras já estabelecidas anteriormente, de diversas formas... mas a mais significante que conheço é a experimentação, ver, viver, pegar... e nunca experimentei essa tal independência.
Nosso país há muito se tornou independente de Portugal, mas logo passou a depender de tantas outras nações, em especial àquela que domina o sistema capitalista. A globalização faz com que a carga de responsabilidade sobre esse país seja dividida com o resto do mundo, e que o resto do mundo dependa do nosso.
Hoje, o grito dessas pessoas é ouvido, mas não obedecido. Nosso país que, por hipocrisia ou por inocência hipocrisia mesmo, comemora uma data que nos remete a algo muito importante da nossa história mas não endcherga que para muitos isso não significa nada!! A independência não chegou à todas as pessoas, pessoas ainda dependem do governo para comer (bolsa família), para estudar, para ter saúde, para andar em paz nas ruas e ter boas condições de saneamento... ainda dependemos do estado, que é incapaz e ineficiente... não entenda mal o meu discurso, acredito que o estdo deveria cuidar sim de tudo isso, mas não da maneira como acontece hoje.

Não posso dizer que a verdadeira independência está longe, pois não sei do que se trata a verdadeira independência, mas sei que o que vivemos hoje é um regime de dependência extrema, e infelizmente não apenas de outros seres humanos, pobres, como nós... mas de seres que por vezes se confundem com os monstros dos filmes de terror!

Feliz "independence day"...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tempos modernos

Enquanto o meu corpo aqui de longe espera sentado nesse chão frio, seu corpo se deita na minha frente. Minha mente pavorosa imagina coisas, coisas alucinantes... a amargura e o sofrimento que pôde te levar a isso, imagino sua trágica história de vida.

O chão frio que me causa sensações estranhas, frio nas partes, me tomam estas e levam o frio até o fundo do peito. Meu trago de cigarro quente sai frio pela boca, e o gosto amargo do vento que entra poluído pelas minhas narinas que reclamam ao respirar.

Seu corpo ainda deitado junto as caixas, e seu ronco bêbado misturado com o som dos carros que passam na rua. Fico a imaginar que história seria essa que te levaria até ali, a se tornar o que se tornou, a peidir o que pedes para sobreviver - um trocado se não para o pão, para o gole de cachaça...
Esse som entra pelos meus ouvidos me causando náuseas, e a náusea se agrava quando meu pensamento se encontra com a miséria desse sono, ao relento, embaixo de lua ou sol e em cima do chão duro.

Esse sono dolorido que estampa nossa dura realidade...

Enfim meu ônibus chega, longe do vento frio da rua meu peito não esquenta, fica congelado como a imagem do nosso mundo moderno...



Foto: Gabriel de Paiva - O Globo