E a ferida aberta...
Translúcidas as costelas e a epiderme. A luz da lua que atravessa, o sol poente que não sai da minha mente. Voltei àquele lugar, onde o sol se punha, vermelho sangue, alaranjado e azul. Onde deveria haver uma árvore frondosa, quem sabe até com frutos... mas então era tronco, toco de árvore podada pela força destrutiva do ser humano. Vi nessa mesma hora o sol sumindo, os prédios da cidade voraz... o muro em grafite, belo pela arte, triste pela lembrança.
A ferida que não se fecha, na qual eu insisto em mecher, o medo de perder, aquilo que hoje já não faz muito sentido, mas que outrora eu daria a vida pra viver mais, e mais, e mais...
Voltei àquele domingo, àquele lago, àquela noite... meu violão, aquele pequeno tronco de árvore, sentado olhando a lua... com o único calor do verão, e não...
Voltei àquelas pedras, mas dessa vez apenas observei, e não me arrisquei a pegá-las... não havia porque. Já não fazia mais sentido, mas senti que algo ali me chamava, me sugava... talvez a alma, talvez a mente, talvez o coração.
Passo e vejo a velha janela, brilhando prateado de manhã. Verde no fundo e dói.... a ferida não cicatriza, nem nunca vai. O tempo, senhor de tudo, vai correr... mas a cicatriz, essa vai ficar. Só pra eu me lembrar de que valeu a pena um dia. Naquela mata, naquele rio, mas não no balcão... naqueles dias, naquelas noites.
E como uma pedra que quica na água, por melhor que seja o arremesso, afunda... eu estou no fundo agora, parado! Mas a correnteza há de me levar, e um dia estarei longe... pra quem sabe então ser encontrado por mãos tão doces, que não permitirão que eu quique mais, e que me levará numa bolsa qualquer para um lugar confortável e seguro... onde os males não possam me alcançar.
Pedra dura sou, mas água tanto bate...
*Publicação 1 de 3. Pedra(o), papel, tesoura.
"Hay hombres que luchan un dia y son buenos.
Hay otros que luchan un año y son mejores.
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos.
Pero hay los que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles."
Bertold Brecht
quinta-feira, 15 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
Em trova e treva...
Me concentro na trova
que um trovador travou,
cravou sem ponto e sem vírgula
no meu coração...
Os raios e relâmpagos dessa cidade
ferem e me deixam energizado
na treva me tremo
e há ciqüenta dias na trema
tramo um novo ponto...
O ponto de tiro!
O ponto de bala!
Me re-tiro e res-guardo
em meu reles sofá,
em meu rolé...
Meu cabelo en-rolado
minhas idéias en-rroscadas
e o nó nas en-tranhas.
Meus olhos ex-trábicos
e minha vida ex-tranha.
Meu medo de dormir...
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Sombra é melhor que assinatura
Tá calor
Foi-se o frio
E eu aqui, nesse imenso vazio
É então que eu pego meu violão
ou minha câmera analógica digital.
Vou pra rua lhe fazer uma canção
ou fazer fotografias no quintal.
E os acordes calmos do meu violão
me lembrar de sua voz tão doce angelical.
Quando fiz fotografias no portão
foi você quem fez uma de mim, lendo o jornal.
E é tão fácil esquecer os problemas
de se ser só.
Pé na estrada e comer poeira
só pra ver o sol...
dentro de nós.
E foi por trás de minha lente que eu vi
seu sorriso quase que fenomenal.
Encabulando minha pose de cantor
meu jeitão de trovador medieval
Sombra é melhor que assinatura
eu ouvi você falar.
E é melhor conhecer a outra cultura
do que julgar...
ser o melhor.
Foi-se o frio
E eu aqui, nesse imenso vazio
É então que eu pego meu violão
ou minha câmera analógica digital.
Vou pra rua lhe fazer uma canção
ou fazer fotografias no quintal.
E os acordes calmos do meu violão
me lembrar de sua voz tão doce angelical.
Quando fiz fotografias no portão
foi você quem fez uma de mim, lendo o jornal.
E é tão fácil esquecer os problemas
de se ser só.
Pé na estrada e comer poeira
só pra ver o sol...
dentro de nós.
E foi por trás de minha lente que eu vi
seu sorriso quase que fenomenal.
Encabulando minha pose de cantor
meu jeitão de trovador medieval
Sombra é melhor que assinatura
eu ouvi você falar.
E é melhor conhecer a outra cultura
do que julgar...
ser o melhor.
E aqui estão devaneios de uma história que eu não vivi, coisas que não fiz e um mundo que não habitei...
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Doce Solidão*
Volto para esse quarto mais uma noite, torno aos meus velhos vícios. Minha mente polvorosa se enche de interrogações, mas dessas que meu peito já não quer mais respostas. Procurei em vão entender o mundo, o amor... e todas suas armadilhas traiçoeiras, em vão. Não há como entender o que se passa além de sua janela, daqui sempre pude ver caras e bocas, risos e sorrisos. Tristesa, ódio e muito amor também... bom, ao menos essa foi a impressão que tive.
Daqui dessa janela pude ver o mundo, coisas que nunca poderei tocar. Mesmo que por momentos tenha esticado meus braços para alcançar, nunca alcançarei o que sempre desejei.
O pôr do sol daqui sempre foi lindo, pude procurar por pedras errantes, mas o ângulo que daqui tenho para o mar nunca deixou que meus lances tivessem sucesso ao tentar quicar essas pedras em sua superfície.
Hoje, daqui detráz de minha janela vejo um céu negro, que nem estrelas tem. Vejo uma noite muda, que me diz apenas que todos os dias se findam quando o sol se põe, e que sempre um novo dia nasce...
Que seja esse um bom dia, uma nascente de água limpa e cristalina, um novo primeiro passo, para uma caminhada em que a única certeza é de se estar só...
"Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não, eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou, mesmo sem me libertar eu vou
É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro"
Daqui não, eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou, mesmo sem me libertar eu vou
É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro"
(Marcelo Camelo)
*Música de Marcelo Camelo.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Anões
"Esculpidos nas fundações rochosas do universo, os anões suportaram uma era de servidão aos gigantes antes de conquistar sua liberdade. Suas poderosas cidades-fortalezas nas montanhas testemunham o poder de seus impérios ancestrais."(D&D)
Anões são seres orgulhosos, que buscam riquezas debaixo da terra, construíram suas fortalezas nas montanhas e vivem em constante guerra com goblins e orcs, pelos quais conservam um ódio eterno.
"Características de um anão: Ambicioso, bravo, trabalhador, leal, organizado, austero, teimoso, tenaz, vingativo."(D&D)
"Os fortes e valentes anões são uma raça antiga descendente dos seres elementais de pedra viva criados pelos titãs quando o mundo era jovem. Devido a uma estranha doença conhecida como a maldição da carne, os progenitores dos anões da terra sofreram uma transformação que mudou suas carapaças rochosas em peles macias. Por fim, essas criaturas de carne e osso se apelidaram anões e esculpiram a poderosa cidade de Altaforja nos picos nevados de Khaz Modan."(Bz)
*Wallpaper do jogo World of Warcraft, mostrando a fachada da cidade-fortaleza dos anões: Ironforge (altaforja).
Em geral, são comandantes de tavernas em cidades humanas, beberrões. Adoram cerveja e carne de javali. Na tradução para o português brasileiro, a Blizzard, empresa criadora do MMO-RPG World of Warcraft, os anões têm o sotaque do sul do Brasil, imcorporando em sua linguagem expressões como "chê" e "guri", entre outros.
Em seu best seller "O senhor dos anéis", Tolkien não foge à regra, o anão Gimli, que se aventura em sua história juntamente com o humano Aragorn e o elfo Legolas, é reclamão e mal humorado, odeia orcs e se mostra valente e leal. Uma outra característica que Tolkien atribui aos anões, é a desavença com elfos, cuja superação à tal diferença por Gimli é retratada na história, onde ele se afetua com Legolas, se tornando grande amigo do elfo.
Anões são meus prediletos, e tenho muitas afinidades com os quais, e por isso jogo com um desses carrancudos e beberrões, honrados e engraçados seres criados pela fabulosa mente humana.
(D&D) Dungeons & Dragons, quarta edição, livro do jogador I.
(Bz) Blizzard entertainment (http://us.battle.net/wow/pt/game/race/dwarf).
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