"Hay hombres que luchan un dia y son buenos.
Hay otros que luchan un año y son mejores.
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos.
Pero hay los que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles."

Bertold Brecht

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Uma seta fora do alvo*

"havia uma flor no meio do caminho, no meio do caminho havia uma flor"

Desde muito cedo milimetrizo meu caminho, coloco tudo em quadradinhos... nesse meu caminho vi muitas coisas, campos grandes e pequenos, mata verde, árvores secas e outras nem tanto, frutas, retratos, cores... silêncios e muitos barulhos!
Um dia desses saí pra andar, mas sabe quando você sai andando sem motivo? Um caminhar sem rumo, sem sentido... uma calmaria de dar solidão*.
Havia uma flor no meio do caminho, e assim como aquela rosa do pequeno príncipe, essa flor se tornou preciosa para mim. Uma flor amarela, como um girassol... mas que comigo falava, e me falava "coisas sobre o céu a terra a água e o ar"(LU), de como a vida e os amores podem ser livres, como além de si existe mais, e por mais que eu soubesse, e quisesse tudo isso, quisesse essa flor, a flor também era livre... e eu? eu era livre também, só faltava aceitar isso...

A flor passou pelo meu caminho, me marcou. com uma cicatriz que não dói, não arde, me marcou! não com espinhos, mas com suas pétalas amarelas, me marcou! com suas palavras e seu jeito de ser. A flor passou pelo meu caminho, e se vai, uma flor que não fica na beira da estrada esperando os transeuntes, uma flor que não espera a vida pra viver, uma flor que vive, e que como todas as flores também é capaz de murchar, também seca... mas que cedo ou tarde volta espalhar suas cores luminosas por aí.

Havia uma flor no meio do caminho... há um caminho no meio da flor.

*Parafraseando Paulinho Mosca
(LU) Legião Urbana

2 comentários:

  1. O eu-lírico transformado em flor que translada por um caminho simbioótico, que vive, que murcha e que apresenta cores luminosas. Belo texto! Bom final de semana!
    Abraço,
    Jasanf.

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  2. Pois bem Pedro as flores se esvaem quando é chegado o outono, mas lembranças-cicatrizes, dizeres e afins permanecem calorando ao sol, sim. é difícil o permanente contato com a liberdade, mas, no fim das contas tudo são solilóquios a nos embriagar, a nos aflorar, a nos deflorar, e vida que segue, vida vida noves fora zero...

    bela arte este texto, parabéns!

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